A presença do CEO do Facebook estava marcada para as 18h00, hora espanhola. Estavam decorridas 17h20 e o auditório 1 encontrava-se lotado, aliás, sobrelotado. Afinal, tratava-se de umas das pessoas mais mediáticas dos últimos tempos.
Após toda a agitação provocada pela sua presença, a 15 minutos do início da sessão, já era com muita ansiedade que todos aguardavam pela chegada do CEO.
Às 18h em ponto, as luzes apagaram-se e deu-se inicio à reprodução de um curto vídeo de aproximadamente 2 minutos, onde eram apresentadas algumas estatísticas da utilização dos dispositivos móveis, no qual era destacado o ano de 2020 como ano de referencia. De seguida entra em palco David Kirkpatrick, da empresa Techonomy contando como conheceu Mark Zuckerberg, chamando-o de seguida para o acompanhar no palco.
Como previsto, o primeiro tema foi sobre o facto de Mark ter desembolsado algo como 19 mil milhões de dólares para adquirir a empresa WhatsApp. Segundo Mark, o facto de a aplicação ser utilizada por mais de 450 milhões de utilizadores ativos e os seus ideais para o futuro serem semelhantes aos ideais que o Facebook e a sua equipa defendem, foram os grandes motivadores para esta aquisição.
“O WhatsApp é uma empresa de grande dimensão e encaixa-se bem connosco. Já tem quase 500 milhões de pessoas a utilizar e é a aplicação com maior adesão no mercado móvel que já vimos até hoje. Está a caminho de atingir mil milhões de utilizadores e é um dos poucos serviços do mundo que podem alcançar isso. Fiquei muito animado em ter a oportunidade de participar nesta ação”, disse Mark, que acha justo o valor pago.
Internet.org – Internet gratuita para todos
“Só um terço da população no mundo tem Internet. O ritmo de crescimento é bastante mais lento do que se pensa. Fala-se muito do número de smartphones no mundo e acredita-se que isso por si só tem como consequência maior adesão à rede móvel mas, não é verdade.
Identificamos um problema e queremos corrigi-lo.
Não queremos criar uma conectividade para uma parte do mundo, mas sim para todo ele. E não é sobre a Internet, é sobre o que ela traz”, analisou, defendendo que a inclusão digital é o seu próximo projeto, dizendo que aumentando a adesão às redes móveis, a qualidade de vida melhora, isto porque segundo ele, a taxa de emprego cresce e até algumas taxas, como a de mortalidade infantil, baixam.
“O acesso à internet deverá ser rápido e quase como de emergência, pelo menos nos serviços básicos da internet, tal como uma ligação ao 911 (emergência nos U.S.A.) mas, online e com páginas mais básicas, por preços reduzidos ou até mesmo gratuitos. Creio que vamos perder dinheiro nisso durante algum tempo mas, acredito nisso porque foi o motivo de eu ter criado o Facebook. A visão inicial foi que algum dia alguém pudesse ajudar a conectar todo o mundo. Alcançar mil milhões de pessoas é fantástico mas, tem que haver algo maior. E para nós é isso, conectar o mundo. Eventualmente iremos encontrar uma forma de receber por isso, mas primeiramente é para o mundo”, destacou.
Definiu-se como um dos estimuladores do Internet.org, querendo obter o maior número de parceiros possíveis de forma a cada vez mais oferecer um melhor serviço.
Zuckerberg acredita que as operadoras de telecomunicações podem abraçar a ideia e incentivar os utilizadores a conectarem-se de forma gratuita para posteriormente pagarem por planos com maior acesso aos serviços mais avançados.
A estratégia do novo projeto de Mark Zuckerberg assenta em 3 pilares:
- Diminuir o custo;
- Reduzir a utilização de dados;
- Aumentar a eficiência do acesso;
Utilizou um exemplo de uma pessoa que utilizava 14MB de dados, em média, na aplicação mobile do Facebook, por dia. Após aplicar umas alterações, esta utilização caiu para 2MB.”
Durante a apresentação, Mark falou do laboratório de testes de aplicações que o Facebook disponibiliza para programadores, ao mesmo tempo criticava a política da Agência de Segurança Norte Americana (NSA) em relação aos dados dos utilizadores. A internet.org foi sem dúvida o maior assunto do dia.
Antes do término do evento, Mark Zuckerberg ainda teve tempo para algumas perguntas e respostas, sobre os mesmos temas, embora uma delas tenha chamado mais à atenção, tratando-se de uma pergunta relativa ao WhatsApp. A questão era bastante pertinente, e talvez antiga, sobre como seria agora a política da aplicação, depois da aquisição pelo Facebook. Mark desfez a dúvida garantindo que o WhatsApp continuará a operar da mesma forma de sempre, de forma independente, e que iria continuar a ser o mesmo, não armazenando dados, sendo que tudo o que for enviado para outra pessoa, será apagado do servidor assim que for declarado como entregue.
Para terminar esta grande conferência, um jornalista perguntou–lhe: “Agora que já conseguiste isto tudo, o que mais podemos esperar para 2020 da vossa parte?”. Mark não perdeu a sua boa disposição habitual, e respondeu “Já não é suficiente? Depois de se gastar 19 mil milhões de dólares numa aplicação, é normal que durante algum tempo se fique quieto!”.
Sílvio Tiago Almeida
Digital Marketing
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