No seu mais recente Digital Disruption Index, de maio de 2018, a Deloitte debruça-se sobre – entre outros temas – o caso da Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV), no que diz respeito ao investimento em tecnologias digitais e formas de trabalhar no Reino Unido.
Segundo o estudo, o potencial da RA e RV para transformar o serviço ao cliente e o mundo do trabalho em geral está a ser cada vez mais reconhecido pelas empresas. Quase um terço dos executivos inquiridos pelo estudo afirmaram que até 2020 terão investido em RA/RV. No entanto, 39% referiram que não sabem se irão investir de todo.
Vivemos numa época em que os consumidores cada vez mais esperam experiências de compra personalizadas, e as apps de Realidade Aumentada têm, por isso, proliferado, permitindo aos consumidores ter experiências interativas que lhes permitem, por exemplo, ver como certas peças de mobiliário irão ficar nas suas casas ou ver informações adicionais relativas a produtos ou localizações. Alguns casos vão ainda mais longe, como por exemplo a marca de cosméticos Charlotte Tilbury, que colocou “espelhos” com RA incorporada na sua loja no Westfield London e permitiu aos potenciais clientes verem como ficariam com alguns dos visuais mais icónicos da marca, sem terem de usar qualquer maquilhagem física (o “espelho” fazia um scan da cara da pessoa e colocava-lhe então a maquilhagem virtual, funcionando essencialmente como um dos filtros usados pelas apps Snapchat e Instagram).
O estudo da Deloitte refere ainda que, a nível do local de trabalho, o potencial da RA e RV se encontra na possibilidade de se conectarem com outras tecnologias, como a Internet of Things (IoT) e análise de dados. Cada vez mais se pede ao trabalhador moderno que “aceda a, agregue, analise e atue segundo quantidades massivas de informação”.
É portanto vital que surjam novas ferramentas e formas de interagir com todos esses dados sem haver um sobrecarregamento, tanto pelo bem-estar do colaborador como pelo interesse da própria empresa, já que a informação se tem tornado num ativo vital para os negócios e oferece-lhes diversas oportunidades e desafios. É aí que entram a RV e RA, que aliam o digital ao físico e trazem novas formas de analisar e usar informação, permitindo aos colaboradores interagirem com ela via gestos e olhares, em vez de simplesmente via ecrãs e hardware.
Além do estudo da Deloitte, com foco no Reino Unido, vemos a Digi-Capital a prever que a Realidade Aumentada (RA móvel e smartglasses) poderá chegar perto dos 80 a 90 mil milhões de dólares de receita dentro dos próximos 5 anos, enquanto a Realidade Virtual poderá chegar entre a 10 e 15 mil milhões de dólares (devendo-se a diferença de valores à “ubiquidade da RA e o foco da RV”).
Com base nestes dados, parece seguro afirmar que as Realidades Virtual e Aumentada irão ter um papel importante no futuro próximo das inovações tecnológicas, tanto a nível da revolução da forma como se criam experiências de compras e consumidores, como da forma como se interage com informação no local de trabalho.
Diana Cavadas
MobilityNow
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