
Pessoalmente, até à data de publicação deste artigo, nunca gostei do uso de QR Codes. Mini quadrados pretos aglomerados num grande quadrado “pixelizado” sobre um fundo branco é algo que, por muito bom que seja o génio do Photoshop que os tente encaixar numa peça publicitária, sempre me pareceu, no mínimo, “feio” (primeiro engano meu: basta ver a imagem acima).
Depois, surgia sempre a questão da usabilidade. Quando designers e Marketeers tentam “camuflar” o QR Code, muitas vezes, acabam por inviabilizar a sua utilização. Na verdade, quantas vezes vemos um QR Code colocado no fundo de um mupie ou num tamanho que exige uma perícia de atirador furtivo para fazer um scan?
Foi aliás esta minha opinião que me levou a gostar tanto do NFC. Um chip oculto, que vem aparentemente resolver todos os problemas destes códigos de barras “estranhos”, dando liberdade de design, e ainda trazendo algumas funcionalidades extraordinárias do ponto de vista do Mobile Marketing.
Então, porquê um artigo sobre QR Codes?
Porque, a dificuldade de utilização deste instrumento, só dá maior relevo a quem tem sucesso na utilização desta ferramenta de mobile marketing. E é esse sucesso que me fez mudar de opinião (vénia seja feita aos criadores destas campanhas).
Uma das campanhas mais conhecidas, e um must sempre que falamos em QR Codes, é a ação da Guiness que coloco abaixo.
A imagem diz tudo e reforça o posicionamento da Guiness como cerveja preta (entre outras coisas). É, na verdade, um dos primeiros casos de sucesso de utilização desta ferramenta (também pela mediatização que teve no mundo do Marketing).
Mas há muito mais exemplos.
Uma das campanhas que mais reteve a atenção dos media internacionais da especialidade, surgiu na Coreia e teve como base um objectivo de Marketing muito preciso. O “Emart“, um dos maiores retalhistas Coreanos, tinha como prioridade operacional a melhoria das vendas na hora do almoço, num determinado período de tempo.
A ideia base passava por disponibilizar cupões de desconto e promoções apenas durante um curto período do dia. A solução assentou num modelo 3D que, com a devida colaboração do SOL, formava um QR code com sombras.
Sem dúvida, um excelente exemplo de inovação, ao serviço de objectivos de negócio, que se traduziu num aumento das vendas (durante a hora de almoço) em 25%. Uma grande ideia que, para além do crescimento de vendas, originou um forte buzz em torno da ideia. Mais informação no video abaixo.
Claro que este tipo de acções apenas resulta durante o curto período de tempo em que o público lhes atribui o fator “novidade”. Mas, isso só nos obriga a todos a ser mais exigentes nas soluções que entregamos ao mercado.
Exigência essa que já esperamos das campanhas da Victoria’s Secret (ver também “Victoria’s mobile Secret“). O exemplo que se segue esteve enquadrado na campanha “SEXIER THAN SKIN” que a marca desenvolveu em 2011 e é, por sí só, um exemplo excelente da utilização do QR Code.
Termino com uma das minhas acções preferidas, pela interação que conseguiu com o público alvo, a campanha “U-Code” que a Heineken desenvolveu na Polónia num festival de música (vale a pena ver o vídeo).
O objetivo da ação foi favorecer a interacção entre “festivaleiros” e, digamos que, pelos números que a Heineken divulgou, teve muito bons resultados.
Fiquei assim, apesar de não totalmente convertido, convencido que há espaço para a utilização inteligente dos QR Codes, ainda que não seja simples nem esteja ao alcance de todos.
Sérgio Pinto
Partner – MobilityNow
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