O ano do conteúdo

O ano do conteúdo

Se 2008 foi o ano do mobile e 2001 de uma odisseia no espaço, 2014 trará consigo o apogeu do marketing de conteúdos.

Chegou o momento em já que não é uma opção perceber “mais ou menos” o que é isto do marketing de conteúdos: O cerne da comunicação empresarial terá de ser esse, incontornavelmente.

Mas comecemos pelo início:

Marketing de conteúdos é nada mais que uma estratégia de marketing que consiste em criar conteúdo relevante, associado a uma marca, produto ou serviço, com vista a atrair e captar a atenção de um público-alvo claramente definido.

Dirão: “Não vejo aqui nada de novo.” É certo. Cheira igual, sabe igual, como tantas outras definições de marketing disto e marketing daquilo que inundam os média online e offline.

Pois bem, às vezes, valor é uma questão de contexto (eu diria sempre).

Smartphones. Mais do que telefones espertos, são autênticos assistentes virtuais de bolso. Toda a gente tem um, ou mais, e passa muito tempo a consumir informação com ele – de manhã, no táxi, no trabalho, na casa de banho ou enquanto dormem (pdf).

O consumidor moderno tem um smartphone. O consumidor moderno quer consumir informação. O consumidor moderno procura ativamente informação para consumo na internet (sim, ver a wall dos amigos no Facebook conta). Finalmente, o consumidor faz isto muitas vezes por dia, mesmo que não o queira admitir.

Ora, se o nosso consumidor está ativamente à procura de informação, porque não facilitar?

Criar conteúdo como forma de publicidade não é de forma nenhuma novo, mas brilha como nunca antes na era mobile. A net não coloca barreiras à criatividade nem à carteira, criar conteúdo relevante é tão e somente tão difícil quanto a nossa capacidade de o fazer.

Pausa: tenho plena noção de que ainda não defini este “conteúdo” de que tenho vindo a falar, nem o distingui do restante “conteúdo” que, afinal de contas, é e sempre foi o pilar fundamental do marketing e da publicidade: qualquer anúncio na rádio, televisão ou na rua é efetivamente “conteúdo”.

Omiti esse pedacinho de informação propositadamente. Plot twist:

Marketing de conteúdos não é para vender.

Não diretamente. E isso é pelo melhor.

O ato de consumo é cada vez mais racional e os smartphones catalisam esse processo.

O que o consumidor procura sempre e transversalmente no seu smartphone é informação e entretenimento. Informação de qualidade, relevante, e imparcial. Entretenimento genuíno e informativo.

Entra o marketing de conteúdos.

A ideia é simples: criar formas de interação, entretenimento e/ou texto puro e simples, que apesar de esta associado à nossa marca produto ou serviço, não tem intenção direta de venda. O que estamos a fazer é simplesmente a passar algum quality time com o nosso público-alvo.

Nada como exemplos concretos para esclarecer o conceito:

A IBM criou um jogo online de simulação chamado CityOne, ao estilo do Sim City, onde os jogadores aprendem as consequências reais das decisões de gestão que podem tomar.

A Unilever criou um blog chamado The Adrenalist orientado para quem gosta de emoções fortes: fãs de aventura e desportos radicais. O site conta com testemunhos reais, dicas para desportistas, vídeos radicais, e claro, a mensagem subtil de que usar desodorizante é fundamental.

A Caterpillar criou um fórum online onde os seus consumidores podem partilhar informação entre eles e esclarecer as dúvidas uns dos outros, dando forma a uma comunidade dinâmica que efetivamente funciona como um serviço pós-venda alimentado pelos próprios clientes.

A Lauren Luke criou um conjunto de vídeos instrutivos sobre como aplicar maquilhagem e disseminou-os no YouTube e outras redes sociais como forma de dinamizar a marca. Hoje é uma marca exclusiva da Sephora e não gastou um tostão em marketing tradicional.

Podem descarregar aqui um pdf com 100 exemplos de marketing de conteúdos, em inglês, de onde vêm também os exemplos acima – mas se dúvidas restam acerca do que é marketing de conteúdos, este artigo que estão a ler, é conteúdo. E não está a vender nada.

Utilizar conteúdo é fundamental para garantir o nosso time share com o consumidor móvel e quem não o fizer vai definitivamente ficar para trás em 2014.

Tiago Fernandes

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