
Londres, Madrid, Barcelona, Paris, Berlim…. A lista de cidades não termina, as greves multiplicam-se e, um pouco por toda a Europa, taxistas “entopem” as cidades que os acolhem para fazer ouvir a sua voz de descontentamento.

Greve de taxistas em Londres.
O alvo é comum, a Uber e a sua inovadora aplicação para telemóvel que procura revolucionar o mercado de transportes citadinos ao introduzir um serviço que liga passageiros a condutores registados (pessoas “normais” que procuram uma forma de rentabilizar o seu veículo) para a prestação de serviços de transporte.
Os taxistas alegam que a aplicação da Uber recorre a um taxímetro para cobrar os seus serviços e lembram que só os táxis estão legalmente autorizados a fazê-lo. A empresa, por outro lado, afirma que está a respeitar as leis de cada país.
Os taxistas afirmam ainda que o serviço passa ao lado da verificação exigida aos serviços de transporte público (o que ameaça a segurança dos clientes).
E como funciona?
Na prática, a Uber assenta o seu serviço num portal web (que permite o registo e funciona como backoffice) e nas aplicações mobile (android e iOS) que disponibiliza aos seus utilizadores.
O serviço permite aos seus clientes pedirem um motorista privado e um carro executivo através de alguns toques na aplicação mobile. A qualidade do serviço é assegurada pela comunidade que atribui ratings a cada um dos motoristas após o serviço prestado.
E como utilizar?
Basta efectuar o registo no portal web (www.uber.com),fazer o download da aplicação mobile, aceitar os termos e condições e iniciar a utilização.
Tudo começa com a escolha do veículo que, dependendo do país, pode ser um “blackcar” (carro executivo), um “táxi”, um UberX (versão económica até 4 pessoas), um SUV (até 6 pessoas) ou um “LUX” (como o nome indica, é um carro de luxo).
Depois é só indicar o local de recolha e a aplicação devolve um “motorista” e uma estimativa de tempo de espera (também indica de imediato o telefone de contacto do motorista).
As taxas do serviço são uma combinação de tempo e distância a percorrer (excepto no serviço de “Táxi” uma vez que tem taxas legisladas).
Depois é só usufruir da viagem, todo o pagamento é gerido pela aplicação.
E porquê tanto buzz à volta da Uber?
Porque representa, sem qualquer margem para dúvida, um movimento disruptivo de “ataque” à tradicional “indústria dos táxis”, avaliada em cerca de Mil e 200 milhões de Euros, e que vem a revolucionar todas as cidades por onde fica disponível.
Na verdade, à semelhança de outras grandes ideias (tal como o Airbnb fez na indústria hoteleira) a Uber ataca uma indústria onde os incumbentes possuem uma elevada e complexa estrutura de custos fixos e assentam o seu argumento de venda na confiança sobre a “instituição” incumbente e sobre a “forma como sempre se fez”.
Tudo isto é rebatido pela Uber através da transparência auto-regulatória de uma comunidade de utilizadores fiel (que induz confiança na utilização do serviço) e pela enorme flexibilidade na prestação do serviço.
Ao introduzir um modelo de negócio tendencialmente mais democrático, a Uber facilita a entrada de múltiplos prestadores de serviço (não impondo custos de entrada e permitindo o aproveitamente de recursos existentes) que alimentam uma crescente procura através da simplicidade de utilização (e, já agora, de preços competitivos) introduzida por uma plataforma tecnológica que rompe com o tradicional.
Quanto à industria ameaçada, não desaparecerá seguramente, “apenas” terá que se readaptar e procurar novas formas de crescimento que lhe permitam encontrar o seu lugar no mercado de transportes citadinos.
Já fizeram download da aplicação?
Sérgio Pinto
Partner – MobilityNow
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