O fenómeno Web Summit
A Web Summit é, objetivamente falando, “a maior e mais importante conferência sobre tecnologia do planeta.”
Estreado há seis anos atrás, de forma local e com “apenas” 400 participantes, o evento prepara-se este ano para uma edição lusitana na cidade de Lisboa, entre 7 e 10 de novembro, que contará com mais de cinquenta mil pessoas provenientes de mais de 160 países. Como conseguiram os seus organizadores dar este salto gigantesco numa questão de poucos anos?
Nas palavras de Paddy Cosgrave, co-fundador da Web Summit e CEO da empresa que gere o evento, foi através de “uma combinação de software e hardware, uma pitada de matemática e um pouquinho de design”.
Teoria dos grafos
A matemática entra em jogo com a teoria dos grafos – um ramo da Matemática que estuda as relações entre os objetos de um determinado conjunto (um grafo é simplesmente uma rede, tal como uma rede telefónica ou uma rede social). É graças a esta teoria e a sua aplicação que plataformas como o Facebook conseguem fazer aquelas sugestões de amigos e artigos que vão assustadoramente de encontro aos nossos interesses. A teoria dos grafos, portanto, torna plataformas como o Facebook em ferramentas poderosas, e aos olhos de Paddy Cosgrave, as conferências deveriam funcionar da mesma forma. No entanto, não o fazem.
A teoria nunca tinha sido aplicada para melhorar a forma como nos conectamos no mundo real em conferências, mas a Web Summit viu potencial para resolver um problema em particular: num ambiente de conferência em que o número de pessoas de uma indústria vai crescendo exponencialmente, cresce também a probabilidade de lá estarem pessoas que valem a pena conhecer. O problema é precisamente encontrar essas pessoas, de preferência sem ter sequer de as procurar ou “filtrar”.
Explicado de forma sucinta, estes pioneiros decidiram contratar físicos académicos com conhecimentos de sistemas complexos, ao invés dos habituais gestores de eventos, e, em vez de selecionarem manualmente quem deveria falar na Web Summit ou até decidir o lugar de cada pessoa ao jantar, fazem-no algoritmicamente. Desta forma, os sistemas de recomendação do evento conseguem navegar por entre as mais de mil combinações de palestras e workshops que acontecerão no Web Summit 2016 e encontrar aquela que mais se adequa a cada participante.
Na toca do coelho
O artigo de Cosgrave explica com bastante detalhe o porquê de esta ser uma solução ideal para a realização de conferências com sucesso, e explora não só esta vertente matemática e a sua aplicação no uso de software e hardware, como também partilha outros lados do trabalho que ocorre nos bastidores da maior conferência de tecnologia do mundo, passando até pelo design das suas fitas que carregam os cartões de identificação.
Devido à complexidade dos assuntos abordados não nos é possível analisá-los a todos neste artigo mas, se quiser entrar na toca do coelho e descobrir tudo o que a matemática pode fazer por um evento, aceda ao artigo de Paddy Cosgrave na sua totalidade:
Diana Cavadas
Redes Sociais
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